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A importância de realizar exames laboratoriais em equídeos

    Por Redação Cavalus18 de dezembro de 2018

    Servem para prevenção e tratamento de doenças

    A necessidade de reduzir custos é parte integrante tanto de grandes criações quanto da manutenção de um único animal. Por isso, às vezes, existe uma resistência em realizar exames oficiais e exames preventivos.

    Exames oficiais

    São obrigatórios para o trânsito de animais se deslocarem entre cidades e estados, como exame de Anemia Infecciosa Equina (AIE) e, dependendo do estado, exame de Mormo. Ambos têm validade de 60 dias, sendo que o AIE demora 48 horas para poder ser lido. E, por isso, é preciso chegar ao laboratório com três dias de antecedência da data da viagem ou do evento.

    É biológica e tecnicamente impossível liberar um exame de AIE antes destas 48 horas. No terceiro dia é feita a emissão de GTA (Guia de Trânsito Animal) requerida mediante apresentação do atestado negativo de AIE.

    Estas documentações são regularizadas pela lei federal, e a realização dos exames e emissão de atestados e guias é prerrogativa de médicos veterinários credenciados. O ideal é manter os exames em dia, considerando a possibilidade de decisões de última hora e de transportes de emergência, por exemplo, para o hospital veterinário.

    Exames preventivos

    O que se ganha com o gasto de se fazer exames em animais aparentemente sadios? Como diz o ditado, prevenir é melhor do que remediar. O melhor andamento da saúde de equinos, muares e asininos depende do conhecimento de cada animal como indivíduo.

    A leitura de um resultado de exame de sangue não sofre alterações significativas em animais adultos. As contagens de células vermelhas e brancas também não sofrem variações importantes se este gozar de boa saúde.

    O hemograma feito no ato da compra de um animal é repetido periodicamente para observar qual o estado saudável dele e manter maior segurança para o treino ou trabalho. Esta prática ajuda o veterinário a detectar uma doença no estágio inicial e aumentam as chances de tratamento e cura, evitando perdas e danos por permitir saber o que é normal para aquele animal em particular.

    Tratamento direcionado

    O veterinário estabelece um tratamento para determinada doença após a realização de exames detalhados que possam confirmar suspeitas clínicas e facilitar na escolha do melhor procedimento na busca da cura.

    O clínico que suspeita de uma infecção pode confirmar o diagnóstico através de uma cultura de bactérias. Para isso o clínico deve coletar uma amostra protegida para ser enviada para o laboratório em segurança. O tratamento ‘por tentativa’ pode ser iniciado de imediato.

    Mas, se não houver melhora do paciente em 24 a 48 horas, é preciso realizar cultura e antibiograma na amostra que, idealmente, foi colhida antes (coleta ‘preventiva’).

    Desta maneira é possível determinar o antibiótico mais eficiente para aquela infecção e verificar se o antibiótico escolhido anteriormente está sendo eficaz. A coleta ‘preventiva’ antes do início do tratamento é necessária para que não haja interferência da medicação utilizada no tratamento ‘por tentativa’ e resulte em resultado falho no antibiograma.

    Não é indicado utilizar antiparasitários ou vermífugos em animais sem prescrição médica. Os potros, por exemplo, devem receber tratamento mais intensivo que os adultos, entretanto é preciso compreender que alguns ovos de parasitas (ou ‘vermes’) podem não ser vistos nos animais jovens.

    Por isso os equinos mais velhos (inclusive as matrizes) indicam presença de parasitas, considerados ‘sentinelas’, na propriedade.

    A constatação de parasitas no criatório acontece através de exames de fezes feitos em alguns animais de manejo comum, ou seja, aqueles soltos em grandes pastagens e não em baias individuais.

    Se os exames indicarem que o parasitismo não está controlado, é escolhido um determinado grupo de animais que farão novamente o teste após o tratamento para confirmar a eficiência dos medicamentos prescritos pelo médico veterinário.

    O gasto inicial de exames rotineiros previne a utilização desnecessária e ineficiente de vermífugos para os cavalos.

    E quando o animal estiver doente?

    Alguns diagnósticos exigem a confirmação através de exames. Estes, muitas vezes, precisam ser repetidos. Não é difícil alguns animais de esporte terem o treinamento interrompido por lesões nas articulações ou musculares. Para identificar a intensidade da lesão e o acompanhamento adequado para auxiliar na recuperação do animal são realizados exames bioquímicos, conhecidos como função muscular.

    Esses podem ser acompanhados ou não de exames hematólógicos. Existem exames que auxiliam na dosagem dos exercícios que cada animal pode ser submetido. O animal que sofrer lesão muscular severa precisará passar por outros exames, como prova de função renal, visto que outros órgãos podem ser afetados pelo dano muscular.

    Acompanhar e observar seu animal nas diferentes fases, desde o ápice no esporte até o envelhecimento, permite oferecer ao seu amigo uma melhor qualidade de vida.

    A confiança entre proprietário e clínico veterinário é característica de uma boa parceria para beneficiar os cavalos. A escolha de um laboratório de confiança e a constante troca de informações colabora para a equipe manter os animais com saúde. Portanto, com melhor qualidade de vida para todos.

    Por Profª Drª Alma Y. A. Hoge
    Laboratório Hípico de São Paulo
    Fonte: Editora Passos
    Fotos: Cedidas

    https://cavalus.com.br/saude-animal/a-importancia-de-realizar-exames-laboratoriais-em-equideos

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