Tendência? Ou um indício de que existe uma lacuna aberta no mercado? Claudia Ono conversa sobre o assunto na sua coluna da semana
Nesses três anos de mentoria, passaram por aqui mais de duzentos amadores.
Parte desses amadores optou por treinar seus próprios cavalos.
Os motivos vão da escassez de profissionais até a insatisfação por se sentir em segundo plano.
Portanto, um terceiro motivo fez com que Paulo Padovani passasse a treinar e a domar seus próprios cavalos.
Uma tarefa nada fácil para um advogado cheio de compromissos.
Confira, então, entrevista com esse amador, que vem mostrando potros consistentes e firmes nas pistas do interior de São Paulo.
Há quanto tempo você corre?
“Comecei no esporte há 23 anos”.
Conte um pouco da sua rotina treinando seus cavalos.
“Minha vida é bem simples. Mantenho uma rotina de treinamento leve quando não tem provas. E quando tem provas trabalho um pouco mais focado naquilo que cada animal necessita na semana que antecede a prova.
Conciliando sempre com outros afazeres do rancho e compromissos profissionais, pois sou advogado de ofício. E, sobretudo, de onde tiro os recursos necessários para manter o rancho, os animais, competições, etc”.
Quando você pensou em treinar seus cavalos e por quê?
“Comecei a treinar por necessidade mesmo, por volta de junho de 2018. Na época eu mantinha dois animais em um CT em Piracicaba/SP. Na mesma propriedade eram criados os potros filhos do meu garanhão, EF Advance Dash. Acima de tudo, que mantenho hoje um projeto focado em torná-lo um grande reprodutor, conhecido e respeitado em nosso meio.
Financeiramente as coisas estavam ‘apertadas’ para mim na época. Eram 16 cavalos fora de casa, algo que tem um custo bem elevado. Dessa forma, me vi obrigado a voltar para a minha propriedade em São Pedro/SP, a fim de evitar que a coisa virasse uma bola de neve.
Aos poucos fui reorganizando a minha vida. Assim sendo, comecei a domar esses potros e iniciá-los no tambor, pois não havia ‘caixa’ para mandá-los para algum treinador realizar esse trabalho.
Tive que por a mão na massa. Arregaçar as mangas e sair da minha zona de conforto”.
Qual foi o maior benefício que sentiu depois que passou a treinar seus cavalos?
“O maior benefício foi a conexão criada com eles. Assim como a evolução pessoal como competidor”.
Qual foi a maior dificuldade que encontrou?
“Sempre há dificuldades, na vida nada é fácil. Talvez a maior dificuldade seja adquirir conhecimento e recursos para evoluir, e isso a gente só adquire correndo atrás”.
Conte como andam seus cavalo, qual o seu método e crenças sobre treinar cavalos de tambor.
“Graças à Deus estão todos bem. Sadios e felizes. Acho que não tenho nenhum método. Eu tento fazer as coisas da forma mais simples possível, para ter certeza de que o animal vai compreender e executar aquilo que estou pedindo a ele.
Muitas vezes a gente erra no meio do caminho, mas o erro também é o caminho para o acerto e vamos vivendo um dia após o outro. Também gosto de observar os outros trabalhando seus animais, e sempre que possível eu converso com os amigos e tiro muita coisa boa dessas conversas.
Graças à Deus tenho encontrado muita gente boa em meu caminho”.
O que você diria para outros amadores que também treinam seus cavalos?
“Nós precisamos acreditar naquilo que estamos fazendo, independente do nível técnico em que nos encontramos temos sempre que ter em mente onde queremos chegar e correr atrás”.
Conclusão
Quando falávamos sobre a entrevista, o Paulinho citou a forma como age com seus potros. Acima de tudo, o que ele me disse tem tudo a ver com as minhas crenças e experiências sobre os Três Tambores. Portanto, quero encerrar essa matéria assim.
“A única coisa que tento manter como linha de trabalho é: sempre mantê-los felizes. Quando percebo alguma alteração no comportamento deles, é o sinal para ‘tirar o pé’ ou ajustar algo no treinamento.”
Por Claudia OnoTrês Giros
Crédito das fotos: Arquivo Pessoal/Paulo Padovani