Por Redação Cavalus28 de fevereiro de 2019
A relação entre homem e cavalo acontece há mais de 6000 anos
Inicialmente, isso se dava em razão das funções exercidas por estes animais: sela, carga e tração. Hoje, esses animais também têm exercido outras atividades, como esportes equestres e equoterapia.
O cavalo necessita de uma alimentação adequada para que tenha um correto desenvolvimento e bom desempenho. Muitos criadores não proporcionam um manejo alimentar eficiente, principalmente, pela falta de conhecimento do comportamento digestivo do animal.
Trata-se de um herbívoro, portanto, um de seus principais alimentos é a forragem. Esta é uma importante fonte de nutrientes e essencial na prevenção das afecções clínicas e dos desvios comportamentais.
O pastejo é contínuo. Cerca de 80% do seu tempo, o animal dedica a consumir pasto. O período de pastagem depende de alguns fatores: temperatura, qualidade do capim, agrupamento com outros cavalos, presença de moscas, idade.
Animais jovens apresentam menor consumo de pastagem. Éguas em terço final de gestação e lactantes aumentam a ingestão de capim. É preciso considerar também a variação individual.
O tipo de volumoso influencia no consumo, duração, velocidade, na dinâmica no fluxo da digestão e, por consequência, reflete na eficiência da ação microbiana. É recomendável fornecer, no mínimo, 1,5% do peso vivo com base em matéria seca.
Os equinos são pastejadores seletivos, ou seja, escolhem os alimentos. Logo, a dieta deles não é baseada, simplesmente, em plantas, que estão em abundância. O pastoreio consiste na apreensão dos alimentos pelo lábio superior e o corte da forragem pelos dentes.
Assim, é importante a escolha de uma forrageira que tenha o hábito de crescimento rasteiro.
Outros fatores relevantes na escolha da pastagem são adaptabilidade geoclimática, palatabilidade, tolerância ao pisoteio, teor de proteína e digestibilidade.
A inserção de fibras longas na dieta do cavalo é essencial na manutenção do trânsito do alimento através do aparelho digestivo. Fibras longas são provenientes de volumosos não triturados em pequenas porções.
Isto é, para uma boa digestão, deve-se proporcionar o alimento na sua forma mais natural possível.
A digestão do volumoso ocorre no intestino grosso que é habitado por uma grande diversidade e especificidade de microorganismos. Essa rica microbiota é responsável pela digestão da fibra.
É no intestino grosso, mais precisamente, no ceco e cólon, que ocorre a absorção dos ácidos graxos voláteis. São metabólitos dos capins e serão utilizados como fonte de energia pelos cavalos.
Qualquer modificação na dieta do cavalo interfere drasticamente na qualidade da digestão e da absorção dos nutrientes. Esse fator pode levar o animal, inclusive, ao quadro de abdômen agudo.
Em suma, o fato de o cavalo ser um herbívoro deve ser a principal peculiaridade a ser respeitada no manejo nutricional. A oferta de volumoso em quantidade e qualidade correta reduz a incidência de estereotipias. Permite o adequado funcionamento do trato gastrointestinal e reduz a quantidade de concentrado fornecido diariamente.
Por Natalia Telles Schmidt
Médica Veterinária e supervisora técnica de equinos do Grupo Guabi
Foto: livescience.com
fonte: https://cavalus.com.br/saude-animal/cavalo-um-herbivoro