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Estados Unidos foi destino de brasileira que viaja o mundo para cavalgar

    Por Redação Cavalus2

    Contadora de profissão, apaixonada por cavalos, Juliana Oliveira nos relatou mais uma de suas aventuras!

    Certa de que o mundo não tem porteiras, Juliana Oliveira, do @caminhosdaju, está sempre planejando a próxima viagem! O destino é conhecer algum pedacinho do mundo e, se possível, unir suas duas paixões: viagens e cavalos! Foi assim que ela foi parar em Monument Valley, nos Estados Unidos.

    Para quem não lembra, a brasileira já contou aqui sobre sua viagem a índia para cavalgar e conhecer a raça Marwari. Dessa vez, ela nos relata com paixão sobre a experiência que vivenciou ao lado do marido, Rolands Menezes. Confira!

    “Ainda era cedo, mas a escuridão já tomava conta das estradas da cidade de Kayenta, no estado americano de Utah. No início do inverno os dias são mais curtos, fazendo com que a noite se inicie por volta de 17h.

    Dentro do carro estava quentinho, mas o termômetro já denunciava o frio cortante do lado de fora. Estávamos com um certo receio de pegar a estrada a noite. Na verdade, estávamos com medo de pegar neve na estrada a noite. Mas vamos explicar melhor como tudo começou…

    Sempre fui muito fã de John Wayne e de seus filmes. E não só pelo motivo de ser um bom ator, mas pelas belas paisagens westerns com a qual seus filmes nos presenteavam, que me levaram até Monument Valley! Nossa viagem havia começado na cidade de Salt Lake City, onde alugamos um carro e seguiríamos até a cidade de Las Vegas, para ver a National Finals Rodeo.

    Nosso trajeto de cinco dias contava com paradas estratégicas para conhecer alguns parques como Arches National Park, Monument Valley e Zion National Park. No dia de nossa ida de Moab até Monument Valley, partimos com a luz do dia e quando o relógio marcava 18h30 já não era possível conseguir ver mais que alguns metros da estrada a nossa frente.

    Nosso hotel, ‘The View’, ficava dentro da reserva indígena dos Navajos. Todos os quartos proporcionavam vistas incríveis para as montanhas. Fizemos check-in, joguei minhas coisas no quarto, corri para sacada afim de ver as montanhas, E o que eu vi? Nada! Nada além de um lindo céu estrelado e o negrume da noite!

    No dia seguinte, acordei muito cedo, extremamente ansiosa pela nossa cavalgada ao lado dos índios, pois já estava preparando essa viagem há alguns meses. O nosso passeio a cavalo foi reservado e pago ainda no Brasil. Escolhemos a empresa Black’s Hiking, Jeep Tours and Trail Riders, para nos acompanhar nessa aventura. Eles têm passeios privados e em grupo.

    Nossa opção foi por um passeio no qual eu seria inserida num grupo de no máximo oito pessoas, duração de duas horas e meia, no valor de 100 dólares (novembro/2015). Digamos que no frio, não tem muita gente disposta a cavalgar, então o passeio virou privativo, para nossa alegria.

    Jedan, nosso guia, um nativo, selou os cavalos e nos perguntou sobre nossa experiência em cavalgadas. Como já somos acostumados e éramos apenas eu, Rolands e o guia, fizemos um trajeto um pouco mais amplo. Quando montei o cavalo e me vi cavalgando pelas terras de John Wayne, um sentimento de felicidade invadiu-me por completo.

    A partir desse momento não consegui mais tirar o sorriso do rosto! Aproveitei a simpatia de nosso guia e perguntei a ele sobre sua cultura, a língua, os costumes, comida, e claro, como o cavalo fazia parte de sua rotina.

    Os navajos habitam a maior parte do Arizona, do Novo México e de Utah. Antigamente, dedicavam-se a caça e pesca, até que entraram em confronto com os espanhóis. Deste encontro herdaram cavalos, ovelhas e cabras, o que estimulou a sua vida econômica.

    Sua filosofia espiritual é vinculada aos elementos naturais e movida pela procura de um elo harmônico entre os Navajos e a Natureza, muito bem representada pelo cavalo. O cavalo era uma maravilha para o índio e veio a ser considerado sagrado, referindo-se a eles como ‘o grande cachorro’ ou ‘cachorro sagrado’.

    Os cavalos que são disponibilizados para os passeios em Monument Valley são dóceis e obedientes. Sua raça é descendente dos mustagues, apaloossas e paint horses. Os índios sempre gostaram de cavalos ‘coloridos’, escolhendo animais de pelagem pintada as suas montarias.

    A pelagem desses cavalos era uma forma de acompanhar as pinturas adotada pelos guerreiros como sinal de guerra. Mustang provém de uma antiga palavra espanhola que significa ‘sem dono, selvagem’.

    As vastas planícies dos Estados Unidos e a ausência de predadores naturais contribuíram para a sua rápida expansão. Uma manada de mustagues pode dobrar de tamanho a cada cinco anos. Foram altamente apreciados pelos aborígenes por serem dotados de grande resistência e força.

    É um cavalo rápido, forte, capaz de sobreviver em regiões áridas e montanhosas, alimentando-se apenas de plantas lenhosas e arbustos espinhosos. Além disso, bebe pouca água e resiste facilmente em calores secos e frios intensos.

    No início do século 20, os mustangues chegaram a dois milhões de cabeças tornando-se um problema para os agricultores, pois competiam as pastagens com os seus bovinos. Assim começou a caça a sua espécie e o seu número foi reduzindo gradualmente até chegarem a apenas cerca de 320.000 animais no final da década de 1960.

    Dado o rápido declínio no número de animais, em 1971 o Congresso dos Estados Unidos aprovou a lei que declarou o mustang como espécie protegida. Maltratar ou matar um mustang constitui infracção federal nos Estados Unidos.

    Ao longo do vale passamos por paisagens desérticas incríveis, marcadas por formações avermelhadas de arenito, pináculos estreitos e montes maciços além de muitos mustagues. Um conjunto que nos remetiam facilmente aos cenários dos filmes de John Wayne! 

    Saber que cavalgávamos aquele que ajudou a desbravar o oeste americano com uma história tão rica de luta nos trazia uma grande emoção. E para finalizar essa jornada incrível, terminamos o passeio com direito a galope e grito de guerra indígena no final!

    De volta ao hotel, check out realizado, aproveitei os últimos minutos para tirar as últimas fotos, enquanto meus olhos se orvalhavam. Eu estava prestes a deixar aquele lindo lugar, onde vivi momentos tão intensamente felizes e gratificantes. Já pensando em voltar, claro, ao lado de muitos amigos, que assim como eu, são apaixonados por cavalos!”

    Essas e outras aventuras da Juliana você pode acompanhar de perto pelo Instagram dela: @caminhosdaju e também pelo seu blog: www.caminhosdaju.com.

    Fotos: Cedidas

    fonte: https://cavalus.com.br/geral/estados-unidos-foi-destino-de-brasileira-que-viaja-o-mundo-para-cavalgar

    BLOG TEAM ROPING BRASIL